Esta série de textos semanais, inspirada no livro “A Agenda”, de Michael Hammer, propõe formas de nos destacarmos em tudo aquilo que fazemos. Neste último texto, mostramos que o futuro dos negócios, bem como da vida em sociedade, está na integração virtual e na derrubada (e não na construção) de muros.
“Não me corte em fatias. Ninguém consegue abraçar um pedaço.”
– Myrtes Mathias
Vivemos em uma sociedade dividida, polarizada, fragmentada.
Direita e Esquerda | Tucanos e Petralhas | Coxinhas e Mortadelas
Morumbi e Paraisópolis | Morro e Asfalto
Polícia e Bandido | Polícia e Milícia | Milícia e Bandido [ e gente inocente no meio ]
Bolsonaro e Jean Wyllys | Jean Wyllys e Bancada Evangélica
Homossexualidade e Homofobia | Feminicídio e Feminismo | Feminismo e Família Cristã do Bem
União Européia e Brexit | Trump e o resto do mundo | Israel e Palestina | Sírios e Sírios
Censura e Liberdade de Imprensa | Liberdade de Imprensa e Invasão de Privacidade
Internet que Conecta e Internet que Isola | “Vê e Apaga” e “Upload e WhatsApp”
Não é possível chamar de civilização o que vivenciamos na atualidade. Tudo é de tamanha ignorância, tamanha futilidade, tamanha superficialidade, que parece que a internet, que deveria ser a ferramenta de aproximação das pessoas, acabou funcionando como uma máquina do tempo, levando nossa mentalidade de volta à Idade das Trevas. Como me disse minha amiga Gabrielle, um pouco antes d’eu começar a escrever este texto: “As pessoas não leem nada.”
Mas se as pessoas lessem, se informassem, fossem capazes de refletir sobre o que leram e assim redesenhar sua maneira de encarar o mundo – assim como você e eu – então teríamos uma vida em sociedade muito mais colaborativa, muito mais participativa, muito mais próxima da definição de “civilidade” que está no dicionário.
Ainda bem que você é assim. Ainda bem que você lê, reflete, tira suas conclusões. Desafia-se a si mesmo, modifica seus conceitos conforme se depara com algo novo e que faça sentido. Assim se inicia a construção de uma sociedade mais justa. Através da sua contribuição para um mundo melhor.
“Trabalhar no espírito para primeiro mudar a si mesmo, e depois agir com a integração, a cooperação e o amor. Esse é o caminho.”
– Eduardo Marinho
E o mesmo vale para empresas! As corporações que se destacam no mundo dos negócios são aquelas que estão explorando todo o potencial colaborativo da internet. Aquelas que estão derrubando seus muros e se integrando com fornecedores e clientes, com foco no serviço ao consumidor final. Aquelas que estão derrubando seus muros internos, acabando com “feudos” e silos e redefinindo seus processos, com foco no valor adicionado ao consumidor. Aquelas que estão rompendo com a forma tradicional de fazer negócios, porque a forma tradicional já está ultrapassada e não cabe mais na Era da Informação.
As empresas que querem se sobressair nos negócios precisam convergir por completo aos interesses de seus consumidores; revisar seus processos internos e manter apenas aquelas funções que existem para adicionar valor ao consumidor final; conectar-se a clientes e fornecedores e atuar de forma virtualmente integrada, como um único organismo a serviço do consumidor; ouvir o que seus consumidores tem a dizer, e aprimorar produtos e serviços com base nesse feedback; facilitar a vida do consumidor, tornar-se disponível na hora, no local e da forma que ele bem entender; medir sua performance e ajustar os negócios com base em indicadores gerados a partir de dados operacionais, em tempo real e orientados à ação (não a explicação do que já passou); e levar os negócios a sério, porque nenhuma empresa é capaz de ganhar dinheiro fácil hoje em dia.
O poder da internet está em nossas mãos. Podemos transformar as empresas para as quais trabalhamos em corporações modernas, genuinamente focadas no consumidor final. Podemos transformar a nós mesmos, usando o poder da internet para informar e informar-se, ao invés de ficar sempre na superfície, alimentando velhos preconceitos e ideias ultrapassadas. E podemos transformar o mundo, por que não, ao espalharmos as maravilhas que essa tal da internet pode nos proporcionar, desde que a utilizemos como uma ferramenta de integração, ao invés de veículo de fragmentação. Afinal de contas, ninguém consegue abraçar pedaços de um todo em cacos.
Andre L Braga tem formação em Coaching & Mentoring pelo Instituto Holos, mas não exerce profissionalmente tal função. Atua em finanças em uma multinacional de bebidas não-alcoólicas. Conclui esta série de textos com um convite a você, leitor: use o potencial da internet para unir, não para segregar. Já tem muita polaridade neste mundo, a gente não precisa continuar jogando a m***a no ventilador, só pra ver a desgraça alheia. Caso ninguém tenha te contado, aqui vai um segredo: divertir-se com o sofrimento dos outros não é nada legal, viu?!?