Kurt Vonnegut, autor do best-seller distópico Matadouro Cinco, escreveu as seguintes dicas para uma boa escrita.
Dicas de Kurt Vonnegut para se escrever com estilo:
1. Ache um tema de seu interesse
Descubra um tema capaz de lhe despertar interesse e com o qual você sinta, no fundo, que os outros também deveriam se preocupar. É esse interesse autêntico, e não suas brincadeiras inteligentes com a linguagem, que virá a constituir o elemento mais convincente e agradável do seu estilo.
2. Mas não divague sobre o assunto
Não farei divagações no tocante a este conselho.
3. Seja simples
Agora, quanto ao uso da linguagem: lembre-se de que William Shakespeare escrevia frases com traços de infantil inocência, discorrendo sobre assuntos dos mais profundos. O Hamlet de Shakespeare pergunta: “Ser ou não ser?” E a palavra mais comprida da frase tem apenas três letras!
4. Tenha coragem de cortar
Valha-se das seguinte regra, fundamental em se tratando de estilo: se uma frase, por mais excelente que seja, não lança sobre seu tema uma luz que revele um aspecto novo, corte-a.
5. Seja você mesmo
Seu estilo de redação mais natural há de ecoar coisas que você ouviu na sua infância. Eu mesmo percebo, e os outros também, que acredito mais em meus textos quando as palavras soam, com maior fidelidade possível, como o discurso de uma pessoa de Indianápolis — ou seja, exatamente aquilo que sou.
6. Diga o que pretende dizer
Se desobedecesse às regras de pontuação, se desse às palavras um significado incomum, e ainda por cima as dispusesse ao acaso, simplesmente não seria compreendido.
Os leitores desejam que as páginas por nós escritas não sejam muito diferentes das páginas que já leram. Por quê? Porque eles próprios têm uma tarefa espinhosa a cumprir, e necessitam de toda a ajuda que pudermos dar.
7. Tenha pena dos leitores
Eles são obrigados a identificar milhares de pequenos símbolos impressos no papel e a compreender, de imediato, seu sentido. Nossas alternativas estilísticas não são abundantes nem glamorosas, uma vez que nossos leitores estão fadados a ser muito imperfeitos. Nosso público exige que sejamos professores compreensivos e pacientes, eternamente dispostos a simplificar e esclarecer — enquanto nós, escritores, por nossa vez, preferíamos alçar altos voos.
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